quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

COMO VIVER A QUARESMA NO SÉC. XXI

É esta a pergunta que invade o espírito de muitos cristãos quando se inicia o tempo quaresmal. A meu ver, a melhor resposta encontrá-mo-la relendo o evangelho segundo São Mateus:«Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por eles; de outro modo, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está no Céu. Quando, pois, deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa. Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita, a fim de que a tua esmola permaneça em segredo; e teu Pai, que vê o oculto, há-de premiar-te. Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te. Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.» (6, 1-8) Aqui encontramos algumas pistas muito concretas e eficazes. 1) A primeira é óbvia: é a do retorno à nossa relação radical com Deus através da oração. 2) A segunda pista, o jejum, é um convite a redescobrir o essencial em nossas vidas, em clarificar a escala de valores. Certamente, se o quisermos, podemos privar-nos de algo acessório ou, talvez até, de algo necessário que seja um peso ou impedimento à realização da nossa liberdade. Trata-se de recuperar o controlo sobre a própria vida, é como quando vamos iniciar uma descida acentuada e nos é mostrada a placa para fazermos o teste dos travões do automóvel...o objectivo não é parar mas sim assumir o comando da manobra. 3) A terceira pista, a esmola deriva, normalmente das duas primeiras, porque nenhum de nós está só neste mundo. Na vida de comunhão com o Ressuscitado, o outro pode e deve converter-se em «amigo», em «companheiro» (isto é, aquele com quem partilho o pão, o alimento, os recursos vitais), o «irmão»...no fundo, pretende-se que cada um de nós se torne solidário: sabendo que a solidariedade profunda não passará nunca de moda e será sempre profética. Uma santa Quaresma com Páscoa! p. Fernando, CM

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