sábado, 4 de julho de 2015

Um Barco para Ítaca// Quando um homem se põe a caminhar/ deixa um pouco de si pelo caminho./ Vai inteiro ao partir, repartido ao chegar/ O resto fica sempre no caminho/ quando um homem se põe a caminhar.// Fica sempre no caminho um recordar,/ fica sempre no caminho um pouco mais/ do que tinha ao partir, do que tem ao chegar/ Fica um homem que não volta nunca mais,/ quando um homem se põe a caminhar.// Vão-se os rios sem margens para o mar./ Ai rio da memória: só imagens,/ O mais é só um verde recordar,/ é um ficar (sem as levar) nas verdes margens,/ quando um homem se põe a caminhar.// (Manuel Alegre)