sábado, 3 de janeiro de 2015

EPIFANIA DA ALEGRIA DO EVANGELHO

Com os Magos, os grandes protagonistas da solenidade da Epifania, somos convocados, uma vez mais, a por pés ao caminho, em direcção ao Presépio, atraídos pela luz da estrela, que, lá bem do alto, sempre nos precede, e vai à nossa frente. Como eles poderemos aspirar a sentir “fortemente uma grandíssima alegria” ao vê-l’O e adorá-l’O. Percorramos, sem mais demoras, este caminho, que nos leva a Belém (casa do pão), onde Deus nos revela o seu rosto; um rosto humano de um Menino, e donde, aí chegados e encontrados, somos enviados por um caminho novo! A festa da Epifania é, realmente, a festa da revelação de Deus. Um Deus «em saída», à procura dos seus filhos, e também a festa de uma humanidade «em saída», em busca do verdadeiro rosto de Deus. É a festa do movimento. Num trânsito que segue em dois sentidos: por um lado, há o movimento de Deus, que “sai do seu mundo”, e vem ao encontro da humanidade, encarnando, em Jesus; e, por outro lado, há o movimento de tantos homens e mulheres, de proveniências diversas, que saem de si mesmos em direcção a Deus. Na base deste duplo movimento de saída, há um mesmo motor de busca: atracção recíproca. «Por pura graça, Deus atrai-nos, para nos unir a Si» (EG. 112). Assim foi com os Magos, que saíram das suas seguranças, porque uma Estrela os atraía, uma luz os precedia e ia à sua frente. A Igreja inteira está dentro deste movimento de Deus para com o mundo. A Igreja, como a estrela, não tem luz própria; só pode reflectir a luz do Sol – Jesus, o Deus feito Menino. Daí que, da solenidade da Epifania, se forme a convicção de que a Igreja só pode ser missionária, como nos diz o Papa Francisco, «uma Igreja em saída» (E.G. 24) e de portas abertas (E.G. 46). Uma Igreja que parte de Cristo e sai, por caminhos novos, ao encontro dos homens, sem medo de ficar “acidentada, suja ou enlameada” (E.G. 49). É preciso «sair» e dizer àqueles que se sentem distantes de Deus e da Igreja, àqueles que têm medo e são indiferentes: “o Senhor chama-te também a ti, chama-te para fazeres parte do seu povo e fá-lo com grande respeito e amor” (E.G. 113) por ti. Tal como os Magos, sejamos discípulos-missionários, “ministros do evangelho, cuja vida irradie fervor” já que fomos nós “quem primeiro recebeu, em si, a alegria de Cristo” (EG 10; E.N:80). E sejamos, para os outros, pequenas estrelas, que reflectem a sua luz, e assim atraem os homens para Deus.

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