terça-feira, 27 de abril de 2010

A propósito do VI Fórum Nacional das Vocações

As actividades da Pastoral Vocacional deste ano pastoral tiveram como pano de fundo o VI Fórum Nacional das Vocações, em Fátima, a 30 e 31 de Outubro de 2009, promovido pela Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios. Tinha por título “Ide e Anunciai o Evangelho da Vocação” e, por conferencista, o padre José Luís Moral, Sdb, professor do Instituto Pontifício Salesiano de Roma. Foram estes os títulos das suas conferências: - “Como viver hoje a fé cristã para que esta seja proposta credível?” - “Estabelecer uma “nova aliança” com os jovens!” - “Educar(-se) reconstruindo com os jovens a fé e a religião”. Do muito que foi dito apresenta-se aqui uma breve reflexão sobre este Fórum. É de realçar, em primeiro lugar, a coragem do conferencista na denúncia da forma tradicionalista de ser Igreja, cheia de tiques autoritários, moralistas, com uma linguagem que os jovens não entendem nem aceitam. Estes são filhos de uma cultura caracterizada pelo sentimento de autonomia, pela descoberta da historicidade de toda a realidade e pela secularidade e laicidade. Tudo o que ponha em causa estas conquistas da modernidade será rejeitado por eles. Os jovens de hoje, segundo o conferencista, afirmam-se felizes com a vida, experimentam tudo, desprezam os nossos ideais e valores e têm duas lógicas: - cinco dias em que se submetem; os outros dias são para transgredir; - são muito inteligentes: sabem o que vale a pena – um mundo mais pacífico e solidário. Apesar de tudo, os jovens desejam ser acolhidos incondicionalmente pela Igreja; denunciam que nós os excluímos e desejam que contemos com eles e que se sintam necessários. Da nossa parte, devemos perder as nossas seguranças, dar a nossa vida por eles e com eles. Isto vai contra o aburguesamento existente na nossa Igreja. Ainda segundo o conferencista, a chave para a pastoral vocacional é educar-nos com os jovens. Para isso, são necessárias competências, não basta ser boas pessoas. Antigamente, o objectivo era transmitir; hoje, é construirmos todos – educar é um projecto colectivo. Sem dúvida muito interpelador...

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