sexta-feira, 28 de abril de 2017

QUERES OFERECER-TE A DEUS, COMO MISSIONÁRIO VICENTINO?

Maria Santíssima,
Mãe do nosso Salvador,
Tu que tiveste a coragem
de abraçar o sonho de Deus,
pondo a tua juventude
e o teu entusiasmo nas mãos d'Ele;
intercede por nós ao Pai,
por teu Filho Jesus Cristo,
para que sejamos
impelidos pelo Espírito Santo para a missão,
com a mesma abertura do teu coração,
e a prontidão em dizer o nosso «Eis-me aqui»,
ao chamamento e à alegria
de nos pormos a caminho como Tu,
para O anunciar ao mundo inteiro.
Ámen.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Uma VOCAÇÃO é algo ESPECIAL

Quando era mais novo pensei fazer um filme sobre ser padre. [Pensei, eu próprio, ser padre, até que acabei por descobrir, aos 15 anos, que] uma vocação é algo de muito especial, algo que não podes adquirir por ti mesmo e que não é algo que possas ter apenas porque gostavas de ser parecido com outro pessoa. (...) Ora, se alguém é de facto chamado, como pode lidar com o seu orgulho próprio? (...) Por isso, a questão é : como pode um padre libertar-se do seu ego? Do seu orgulho? Eu queria fazer esse filme. E fi-lo com "Silêncio", quase 60 anos depois. (...) Rodrigues bate-se precisamente com essa questão. (Interview with Martin Scorsese », feita por António Spadaro SJ, in La Civiltà Cattolica, 2016 (nº 3996)).

sábado, 21 de janeiro de 2017

DEUS ANDA POR AÍ À PROCURA DE TI!

O Evangelho de Mateus 4,15-16 refere com precisão que, «quando Jesus soube que João Baptista tinha sido preso, retirou-se para a Galileia» (Mateus 4,12), e, «desde então, começou a pregar» (Mateus 4,17a). Uma prolepse e uma surpresa, podemos dizer mesmo um escândalo. A prolepse: ao anotar a prisão de João Baptista, o narrador não está tanto a registrar um facto histórico, mas mais a desvendar já aquilo que um dia acontecerá também a Jesus. A surpresa e o escândalo: era do sentir comum que o anúncio messiânico fosse feito no coração do judaísmo, em Jerusalém, e não numa região periférica, desprezada e contaminada pelo paganismo, como era esta «Galileia dos pagãos» (Mateus 4,15). É para justificar e iluminar este estranho e inesperado começo, que Mateus se vê como que obrigado a citar por inteiro a passagem apropriada de Isaías 8,23-9,1.
Luz de Jesus a iluminar a noite da Galileia. Voz de Jesus a romper aquele espesso manto de silêncio: «Convertei-vos, porque está próximo de vós o Reino dos Céus!» (Mateus 4,17b). Esplêndida Luz, esplêndida Voz, esplêndido Amor de Deus, esplêndida surpresa divina! Ainda antes de nos convidar a que nos interessemos por Deus, a Bíblia mostra que é Deus que se interessa primeiro por nós, tomando a iniciativa de percorrer as nossas estradas para nos vir visitar a nossas casas! É esta a maravilha desconcertante do Evangelho!
E assim continua no velho texto de Mateus e nas nossas estradas de hoje. Verificação: Jesus caminha ao longo das praias do Mar da Galileia, e vê dois irmãos, Simão e André, ocupados nos trabalhos da pesca, e diz-lhes: «Vinde atrás de mim (deûte opísô mou)!» (Mateus 4,19). A resposta é imediata: «Deixaram logo as redes, e seguiram-no!» (Mateus 4,20). E andando um pouco mais, viu outros dois irmãos, Tiago e João, que, com o pai, Zebedeu, consertavam as redes na barca. Também os chamou. E também eles deixaram logo a barca e o pai, e seguiram-no (Mt 4,21-22).
Note-se bem que Jesus desce ao nosso mundo, caminha pelas nossas estradas e vem ter connosco aos nossos lugares de trabalho. E é aí que nos chama. Não espera por nós no cenário sagrado das nossas Igrejas! Não nos obriga a aprender uma doutrina, nem sequer nos entrega um projecto de vida, mas chama-nos a segui-lo («vinde atrás de mim»), e partilha connosco a sua vida, como o Mestre faz com os seus discípulos. Não nos põe a fazer uma espécie de estágio, para que um dia nos tornemos Mestres. Nós permanecemos sempre discípulos, e um só é o Mestre. Não nos coloca num estágio, num estado, num estrado, numa estante, mas num caminho! E um dia mais tarde, ouvi-lo-emos ainda dizer: «Ide!»É sempre no caminho que nos deixa.

Tu, Senhor, Tu falas
E um caminho novo se abre a nossos pés,
Uma luz nova em nossos olhos arde,
Átrio de luminosidade,
Pão
De trigo e de liberdade,
Claridade que se ateia ao coração.

Lume novo, lareira acesa na cidade,
És Tu, Senhor, o clarão da tarde,
A notícia, a carícia, a ressurreição.

Passa outra vez, Senhor, dá-nos a mão,
Levanta-nos,
Não nos deixes ociosos nas praças,
Sentados à beira dos caminhos,
Sonolentos,
Desavindos,
A remendar bolsas ou redes.

Sacia-nos.
Envia-nos, Senhor,
E partiremos
O pão,
O perdão,
Até que em cada um de nós nasça um irmão.

António Couto


sábado, 10 de dezembro de 2016

A lição da manjedoura

«Deus entra na nossa história não pela via da opulência, mas pela via da humildade. O sinal de Deus não está num palácio. Está numa manjedoura. (...) Divino (eis a permanente interpelação) não é o grande caber no grande. Isso qualquer humano consegue.  Divino é o infinitamente grande caber no infinitamente pequeno. (...)  De facto, Deus inverte o máximo e o mínimo, o maior e o menor, o grande e o pequeno.  O máximo é o que parece mínimo. O maior é o que se apresenta como menor. O verdadeiramente grande é o que nos surge como pequeno. Quando aprenderemos a lição da manjedoura?»

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Saí de vós mesmos...


Saí de vós mesmos para anunciar o Evangelho, mas para fazer isto deveis sair de vós mesmos para encontrar Jesus. Há dois caminhos: um rumo ao encontro com Jesus, à transcendência; o segundo rumo aos outros para anunciar Jesus. Estes dois caminham juntos. Se percorres só um deles, não está bem!

Papa Francisco, aos seminaristas e noviços/as

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Dos seminários

É um tempo desafiante. É uma época de encruzilhadas e redefinições. De contrastes acentuados entre ricos e pobres, paz e guerra, de muita informação e pouca sabedoria. Nunca tivemos uma visão tão global do mundo e, ao mesmo tempo, sentimos a emergência de conflitos que tendem a fragmentar a sociedade, por razões de ordem económica, religiosa… É neste contexto que alguns são chamados a representar Cristo como cabeça de um corpo que é a Igreja. Eles participam no «sacerdócio comum de todos os fiéis» mas dele diferenciam-se essencialmente na medida em que recebem «um poder sagrado para o serviço dos mesmos fiéis» (CIC, n. 1592). Nada de novo. Desde os primórdios do cristianismo que encontramos a comunidade dos crentes organizada sob a liderança dos ministros ordenados – bispos, sacerdotes e diáconos. Hoje, como ontem, eles são indispensáveis para que a Igreja seja fiel à mensagem de Jesus. Na sua atividade, pública e privada, são chamados a ser servos à imagem d’Aquele que veio para servir. Por isso, pela imposição das mãos, no sacramento da Ordem, foram configurados com Cristo e identificados na sua missão. Para servir. A mentalidade dominante, no entanto, tende a desvalorizar este serviço. Alguns consideram-no anacrónico. Outros recorrem a ele apenas nas tribulações. Muitos são-lhe indiferentes. Outros ouviram o amigo da amiga da prima a dizer que «não vale a pena…». Outros ainda têm um particular prazer em alimentar a temática em torno dos pecados e das fraquezas de algum servo mais desorientado. E, aos poucos, por atos e omissões, se desvirtua a imagem daquele que era chamado a ser a referência. O Pai. O animador. O elo que fazia a ponte entre irmãos tão diferentes. Mesmo entre os cristãos católicos “praticantes” quantos serão os que rezam regularmente pelos seus sacerdotes? Quantos se interessam genuinamente por eles? A semana dos seminários é uma oportunidade para a comunidade crente colocar no seu coração o cuidado com as divinas sementes que Deus generosamente fez geminar entre nós. Elas precisam de um ambiente especial, um seminário, para crescerem até chegar à maturidade. Porque este tempo é desafiante. É tudo muito rapidamente diferente. Eles vão ter de dominar a linguagem dos homens sem deixar de falar a linguagem de Deus. Terão de integrar competências variadas para dar respostas adequadas às muitas necessidades de cada tempo e lugar. Sem perder a cabeça. Com o coração. Animados pela fé no Senhor da messe. Porque sabem que a obra é d’Ele. São resilientes. Confiam. Vêem a eternidade onde há o vazio. Refazem o antigo, retomam com criatividade o que já foi transmitido ao longo dos séculos. Porque estão apaixonados. Sempre. São de Deus. Rezemos por todos aqueles que de alguma forma participam ativamente no processo de formação dos novos sacerdotes.

Pe. Nélio Pita, CM